terça-feira, 29 de setembro de 2009

UM VIVA ÀS OLIMPÍADAS

Desde sexta-feira sabemos que o Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Espero viver até lá, porque quem viver, verá. O Rio de Janeiro foi preferido à Chicago de Obama, à Madri de Zapatero e à histórica Tóquio. O Presidente Lula foi eficiente mais uma vez. Chegou a chorar de emoção, expondo a alma latina de nossa gente. Ele tem razão quando diz que já não somos os mesmos. E que conquistamos nossa cidadania internacional. Se não queremos ser melhores que os outros, também não somos piores.
Uma Olimpíada não é pouco. Diga-se que o Rio de Janeiro, escudado pelo Governo nos três níveis, por lideranças como Temer, Pelé, Havelange, atletas, Nuzmann e outros, foi competente no preparo do projeto vencedor. O grande Obama que nos perdoe, mas nós tivemos de usar um pouco de sua criatividade. E dissemos ao mundo que “Nós podemos”.
Alguém vai dizer que não deveríamos nos preocupar com olimpíadas, quando ainda temos crianças abandonadas e escolas que precisam de reformas. Assim como ouvimos alguém criticar que o Brasil não deveria buscar transferência de tecnologia de aviões de guerra e submarinos, quando temos tantas favelas. Alma pequena. Claro que tudo deve ser feito pela melhor escola e para que ninguém passe fome. E tudo deve ser feito por toda a gente, especialmente com a presença do Estado nas favelas. Mas, a Nação não pode abdicar da Olimpíada que deixará rastros indeléveis de desenvolvimento. Também não pode abrir mão de estar preparada para defender sua gente, suas riquezas e suas fronteiras.
Olimpíada custa, mas o retorno virá a galope. Agora, o mais belo legado será de ordem espiritual, afirmando-nos como nação capaz por si mesma e que se ombreia sem medo e nem temor, com as Nações desenvolvidas. O tempo é outro e sabemos que somos capazes. O Rio de Janeiro das favelas, da violência e do tráfico vai se transformar, transformando o país. Será melhor e mais bonito. Será modelo e paradigma. Depois da Olimpíada, o esporte será outro em todo este imenso País. Afinal, ele é e sempre foi o instrumento mais pedagógico para aproximar, incluir e igualar as pessoas. Por ser lúdico e disciplinador, certamente é o instrumento mais eficaz de educação, no envolvimento de todos: adultos, crianças e jovens.
O Olimpo, na mitologia grega, era a morada dos deuses. Lá habitavam Afrodite, Thêmis, Dionísio, Vênus, Hera, Zeus e companhia. Inacessível aos mortais era lugar só para as divindades. O céu dos cristãos tem semelhança, mas difere do Olimpo porque um dia, todos os que crêem, querem habitá-lo. Esse dia é muito bom, dizia um piedoso amigo. Só que ele não tinha pressa que chegasse. Eu também não.
Estamos falando de olimpíadas e de esportes. Me dá banzo só de lembrar que o município de Umuarama já teve tantas áreas urbanas. Datas e lotes. Não tem mais. Governantes do passado fizeram doação a particulares e apaniguados políticos. Fizeram bonito com chapéu alheio. Algumas regularizações ainda não foram feitas. Ficamos sem áreas para campos de bola, onde a gurizada possa brincar. Fugir do ócio e do crime. Talvez os Jogos Olímpicos ensinarão o valor do esporte como instrumento de inclusão social. Os jogos olímpicos farão muito bem. Então, demos um viva às Olimpíadas!
(Eliseu Auth é Promotor de Justiça inativo, atualmente Advogado militante).